Monitoria, uma prática cooperativa
Educação é uma prática social. Parafraseando Paulo Freire, ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho, as pessoas se educam em comunhão. Falar em comunhão é pensar a educação como uma prática social de cooperação e não de competição. É preciso estimular práticas cooperativas dentro da escola, garantindo socialização de saberes entre os educandos e não apenas na educação receptiva centrada no professor.
Nessa perspectiva é que se insere o projeto de monitoria na escola. Espaço de cooperação em que os educandos da oitava série do Ensino Fundamental, primeira e segunda séries do Ensino Médio assumem a docência para compartilhar saberes das disciplinas de Química, Física e Biologia com os colegas. Não como um espaço em que o aluno “mais forte ajuda o mais fraco”, mas em que o ensinar está indissociavelmente ligado ao aprender.
A associação entre os aprendizes tem um objetivo comum: o aprender. E este aprender não se resume apenas aos conteúdos relativos a fatos e conceitos, pois o aluno, ao assumir a docência na monitoria, envolve-se com conteúdos procedimentais - ao elaborar as aulas e até experimentos ilustrativos - e atitudinais.
De colega para colega
Os monitores reúnem-se, em turno oposto às aulas, periodicamente com os colegas da sua sala para tirar as dúvidas, reexplicar os assuntos com uma linguagem mais próxima da do seu colega. Além disto, os monitores podem coletar informações sobre as dificuldades de alguns colegas para auxiliar o professor na ação junto aos educandos que demonstram dificuldade durante as aulas. A nossa experiência com a monitoria tem demonstrado que o monitor pode se constituir em um excelente canal de comunicação entre o educador e a sua turma.
Do orientador para monitores
Além dos encontros com os colegas, os monitores têm reuniões semanais com o professor-orientador da monitoria para tratar dos avanços, dificuldades e desafios da prática com os colegas na monitoria. Mas, além disso, nestas reuniões formamos grupos de estudo para discutir temas de interesse comum. Um desses temas foi: “Educação e cooperação: em que perspectiva se insere a monitoria?”
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